As Melhores Ações para Investir em Dezembro 2025

As Melhores Ações para Investir em Dezembro 2025: Natal chegou mais cedo!

Todo dia 30 nossa equipe traz a seleção de ativos que têm ótimo valor, mas estão desvalorizados no momento. Para esse mês, trouxemos a seleção das melhores ações de dezembro de 2025.

Lembrando que nossa seleção é feita focada em comprar ativos com baixo valor patrimonial, boa geração de caixa e boa margem de lucro líquido. Salvo algumas exceções. Vamos lá!

Índice

AZUL4

ISAE4

BTCUSD

BCS

QFIN

BTCS

GPN

FPI

MTDR

SUZB3

AZUL4 – Azul SA

Eu sei, eu sei, muita gente me criticou por eu dizer que essa empresa pode ser uma oportunidade. Escrevemos sobre ela aqui. Mas a empresa finalmente conseguiu aumentar a receita e assim sonhar com o pôr do sol.

3 Pontos Fortes da AZUL4

• 1. Forte Posicionamento em Rotas Regionais e Exclusividade:
  • Explicação: A Azul se destaca pela estratégia de malha aérea, atendendo a um número maior de cidades brasileiras, muitas das quais têm pouca ou nenhuma concorrência de outras grandes aéreas. Isso confere à empresa um poder de precificação (yield) superior em muitas rotas e uma maior participação em mercados regionais.
• 2. Gestão Competente e Estratégia de Frota Diversificada:
  • Explicação: A empresa é reconhecida por ter uma gerência experiente. Além disso, a frota diversificada (usando aeronaves menores, como os Embraer, em rotas regionais e aviões maiores em rotas principais) permite uma maior eficiência de custos e flexibilidade operacional, adaptando o tamanho do avião à demanda da rota.
• 3. Potencial de Valorização Pós-Recuperação (Efeito “Turnaround”):
  • Explicação: Após passar por turbulências e renegociações de dívidas (como o processo de Chapter 11 nos EUA em cenários recentes), se a empresa conseguir equacionar sua dívida e o cenário macroeconômico (dólar e combustível) se estabilizar, as ações, que caíram muito, possuem um alto potencial de valorização (o chamado “efeito turnaround”).

3 Pontos Fracos da AZUL4

• 1. Alto Nível de Endividamento em Dólar:
  • Explicação: Este é o principal e mais crítico desafio. Grande parte das despesas da Azul, incluindo o arrendamento de aeronaves (leasing) e o preço do combustível (querosene de aviação), é atrelada ao Dólar Americano. Um Real fraco e juros altos no Brasil agravam drasticamente essa dívida, comprometendo o caixa e o patrimônio líquido da companhia.
• 2. Alta Sensibilidade a Fatores Macroeconômicos Externos:
  • Explicação: O setor aéreo é extremamente vulnerável. Variações no preço do petróleo (que impacta o querosene de aviação) e oscilações cambiais (dólar) têm um impacto direto e imediato nos custos operacionais, dificultando a previsibilidade de resultados e aumentando a volatilidade das ações (Beta elevado).
• 3. Risco de Diluição para Acionistas Atuais:
  • Explicação: Devido à alta dívida, a empresa tem renegociado com seus credores e arrendadores, muitas vezes oferecendo novas ações em troca da dívida (em um processo chamado de debt-to-equity swap). Este aumento na quantidade de ações no mercado pode levar a uma diluição do percentual de participação e do lucro por ação dos atuais investidores, pressionando o preço para baixo.

É aquele ditado: “Alto risco, alto retorno.”

ISAE4 – ISA ENERGIA

Já recomendamos a Isaetip diversas vezes aqui no blog. Você pode ler sobre ela em três, dois e um. A empresa segue com preço em relação ao seu patrimônio e com boa previsibildidade de geração de receita.

A ISA CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista), negociada sob o código ISAE4, é uma das principais transmissoras privadas de energia do Brasil. O setor de transmissão é conhecido pela estabilidade, o que atrai investidores focados em renda passiva.

Aqui estão 3 pontos fortes e 3 pontos fracos da ISAE4, analisados sob a perspectiva do investidor:

3 Pontos Fortes da ISAE4

• 1. Previsibilidade de Receita e Forte Geração de Caixa (Setor Regulado):
  • Explicação: A empresa opera no segmento de Transmissão de Energia Elétrica, que é altamente regulado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). Sua receita (Receita Anual Permitida – RAP) é corrigida por índices de inflação e independe do volume de energia transmitido. Isso confere uma enorme previsibilidade e margens operacionais robustas, tornando a ISA CTEEP um ativo com características de “Renda Fixa”.
• 2. Atração Histórica para Dividendos (Dividend Yield Elevado):
  • Explicação: O histórico da companhia demonstra uma política de distribuição de dividendos forte e consistente (geralmente com payout mínimo de 75% do lucro regulatório). Seu Dividend Yield (retorno em dividendos) costuma ser significativamente superior à média do mercado e do próprio setor elétrico, atraindo investidores com foco em renda passiva e previdenciária.
• 3. Base de Ativos de Longo Prazo e Crescimento Contínuo:
  • Explicação: A ISA CTEEP possui contratos de concessão de longo prazo, com média de duração superior a muitos concorrentes (cerca de 21 anos). Além disso, a empresa tem sido bem-sucedida em adquirir novas concessões em leilões (greenfield) e em projetos de reforço na rede (RBNI), garantindo um crescimento orgânico da sua Receita Anual Permitida (RAP) e, consequentemente, do lucro futuro.

3 Pontos Fracos da ISAE4

• 1. Aumento do Nível de Alavancagem (Endividamento):
  • Explicação: Para financiar os novos e grandes projetos de crescimento (leilões e capex), a empresa tem aumentado seu endividamento (alavancagem), que em cenários recentes tem se elevado. Embora a gestão afirme que o nível está controlado, um crescimento acelerado da dívida aumenta o custo financeiro da empresa (pagamento de juros), o que pode reduzir o lucro líquido e, consequentemente, o valor distribuído em dividendos no curto e médio prazo.
• 2. Risco do Tag Along Zero para Ações Preferenciais (ISAE4):
  • Explicação: As ações preferenciais (ISAE4) não possuem Tag Along, que é o mecanismo de proteção que garante aos minoritários o direito de vender suas ações pelo mesmo preço (geralmente 80% ou mais) oferecido ao acionista majoritário em caso de venda do controle. Essa ausência de proteção de governança é um ponto de desvantagem clara para o minoritário da ISAE4, diferentemente de quem investe em ações ordinárias (ISAE3).
• 3. Possível Pressão de Lucro devido ao Desligamento de Receita (RBSE):
  • Explicação: Uma parte da receita da companhia está relacionada a indenizações de ativos antigos (a chamada RBSE – Rede Básica do Sistema Existente), que possuem um prazo para se encerrar (a data final sendo em 2028/2029). O mercado teme que, se os novos projetos (os greenfields) não compensarem essa receita que será “desligada”, o lucro líquido e os dividendos podem ter uma redução a partir desse período, gerando incerteza de longo prazo.

A ISA CTEEP é uma escolha robusta para quem valoriza a estabilidade e a renda passiva, mas exige que o investidor acompanhe de perto o nível de endividamento e a capacidade da empresa de gerar lucro suficiente com os novos projetos para compensar a receita que será perdida após 2028/2029.

BTCUSD – Bitcoin

Esse é o ativo mais amado/odiado do século. Visto como scam por alguns, feito de aposentadoria por outros. Fato é que ninguém que fez hold por 5 anos perdeu dinheiro com esse danado aqui. Vem comigo e leia mais sobre ele aqui, aqui e aqui.

3 Pontos Fortes do Bitcoin (BTC)

• 1. Ativo Descentralizado com Oferta Escassa (“Ouro Digital”):
  • Explicação: O Bitcoin não é controlado por nenhum governo, banco central ou entidade única. Essa descentralização elimina o risco político e de censura. Além disso, a oferta é matematicamente limitada a 21 milhões de moedas, garantindo uma escassez digital. Isso o posiciona como uma reserva de valor global resistente à inflação fiduciária (impressão de dinheiro pelos bancos centrais), o que atrai investidores institucionais.
• 2. Crescimento e Maturação da Infraestrutura (Adoção Institucional):
  • Explicação: O Bitcoin evoluiu de um experimento para um ativo financeiro com infraestrutura de mercado madura. A criação de ETFs de Bitcoin à vista em grandes mercados (como os EUA) facilitou o acesso a grandes fundos de investimento e investidores tradicionais. Essa adoção institucional aumenta a liquidez, valida a classe de ativo e reduz o risco de “morte” do projeto.
• 3. Alta Simetria de Retorno (Potencial de Crescimento Exponencial):
  • Explicação: Devido à sua natureza de ativo disruptivo e à capitalização de mercado ainda menor que a do ouro ou de classes de ativos tradicionais, o Bitcoin possui um potencial de valorização (Upside) significativamente maior. Para investidores, isso é visto como uma assimetria positiva: o risco de perda é limitado (no máximo 100%), mas o potencial de ganho é teoricamente ilimitado, sendo um hedge (proteção) contra o sistema financeiro tradicional.

3 Pontos Fracos do Bitcoin (BTC)

• 1. Extrema Volatilidade e Risco de Quedas Acentuadas (Drawdowns):
  • Explicação: O Bitcoin é famoso por seus ciclos de “Boom e Bust” (euforia e queda). Não é incomum que seu preço caia 50% ou mais em um curto período, o que representa um risco significativo para investidores com baixa tolerância à perda ou que precisam de liquidez em curtos prazos. Essa volatilidade é inerente a um mercado ainda relativamente pequeno e movido por especulação.
• 2. Risco Regulatório e Incerteza Governamental:
  • Explicação: Embora seja descentralizado, o Bitcoin opera dentro de jurisdições governamentais. Ações de grandes reguladores (como a SEC nos EUA ou bancos centrais) ou até mesmo a proibição em países específicos podem causar quedas drásticas no preço e impactar a usabilidade. O risco de uma regulamentação restritiva permanece uma ameaça constante.
• 3. Dependência de Fatores Externos (Mineração e Consumo de Energia):
  • Explicação: O mecanismo de consenso do Bitcoin (Proof-of-Work) exige um consumo significativo de energia elétrica para a mineração. Essa dependência energética levanta preocupações ambientais e pode levar a pressões políticas ou restrições à mineração. Além disso, a segurança da rede depende da participação contínua dos mineradores, o que gera um custo operacional que pode ser um ponto fraco em cenários extremos.

Como classe de ativo, o Bitcoin é geralmente recomendado para alocação de uma pequena porcentagem do portfólio (entre 1% e 5%), destinada ao crescimento de longo prazo e com a aceitação de uma alta volatilidade.

BCS – Barclays plc ADR

Esse gigante inglês já figurou nas nossas listas em outras épocas, como aqui e aqui. No entanto, a sua desvalorização segue intacta. Seja como for, na última lista do ano. Ele renovou os votos e aparece aqui mais uma.

3 Pontos Fortes da BCS (Barclays)

• 1. Forte Divisão de Banco de Investimento (Corporate & Investment Bank – CIB):
  • Explicação: A divisão de Investment Banking do Barclays é um motor de lucro robusto, especialmente em períodos de alta volatilidade do mercado, onde a negociação de títulos e serviços de advisory (consultoria em fusões e aquisições) geram receitas significativas e diversificadas. Esse segmento é crucial para o crescimento global do banco e para compensar a menor rentabilidade dos bancos de varejo em ambientes de juros baixos no Reino Unido.
• 2. Atração em um Cenário de Juros em Elevação:
  • Explicação: Como a maioria dos bancos, o Barclays se beneficia de taxas de juros mais altas. Taxas crescentes aumentam o NIM (Net Interest Margin – Margem Financeira) do banco, que é a diferença entre o que ele paga por depósitos e o que ele cobra em empréstimos. Um ambiente de taxas mais elevadas no Reino Unido e nos EUA pode impulsionar o lucro líquido e a rentabilidade do banco.
• 3. Negociação com Desconto em Relação ao Valor Patrimonial (P/VP Baixo):
  • Explicação: Historicamente, o Barclays tem sido negociado com um P/VP (Preço sobre Valor Patrimonial) abaixo de 1 (cerca de 0,70 em cenários recentes). Isso sugere que o mercado está precificando a empresa a um valor inferior ao que seus ativos valem contabilmente. Para investidores de valor, isso pode sinalizar que as ações estão baratas, com potencial de valorização caso a confiança do mercado no banco melhore.

3 Pontos Fracos da BCS (Barclays)

• 1. Alta Exposição a Multas Regulatórias e Contenciosos:
  • Explicação: Devido à sua escala global e ao histórico no setor de Investment Banking, o Barclays está constantemente exposto a riscos regulatórios e litígios. Grandes bancos frequentemente enfrentam multas pesadas de órgãos reguladores (como a FCA no Reino Unido ou a SEC nos EUA), o que pode corroer os lucros e abalar a confiança dos investidores de forma imprevisível.
• 2. Desempenho Desafiador do Banco de Varejo no Reino Unido:
  • Explicação: O setor de varejo no mercado doméstico (Reino Unido) é altamente competitivo e sofre pressão de margem. O crescimento econômico lento ou estagnação no Reino Unido impacta a capacidade dos consumidores de tomar empréstimos e pagar hipotecas, elevando o risco de inadimplência e limitando o crescimento do lucro da divisão de varejo.
• 3. Complexidade e Risco de Execução na Reestruturação Estratégica:
  • Explicação: O Barclays passou por várias reestruturações, incluindo tentativas de separar ou dar mais foco a certas divisões (como o Investment Bank). A complexidade de gerenciar um banco global com múltiplos segmentos em diferentes jurisdições torna a execução de qualquer mudança estratégica um processo lento e arriscado, que pode gerar custos inesperados e incerteza para o mercado.

A BCS é tipicamente vista como uma ação de valor cíclico no setor bancário europeu, mais adequada para investidores que entendem os riscos regulatórios e que apostam na melhoria das condições macroeconômicas globais, especialmente nos EUA e no Reino Unido.

QFIN – Qfin Holdings Inc. ADR

A Qfin Holdings, Inc. é uma holding que atua no fornecimento de uma plataforma de tecnologia de crédito com inteligência artificial. Mais uma queridinha para o hype das IA.

3 Pontos Fortes da QFIN

• 1. Forte Crescimento Impulsionado por Tecnologia e IA:
  • Explicação: A QFIN utiliza algoritmos avançados, Big Data e inteligência artificial para otimizar a concessão de crédito, a avaliação de risco e a detecção de fraudes. Essa base tecnológica permite que a empresa escale rapidamente suas operações, ofereça serviços mais eficientes e mantenha uma taxa de inadimplência (NPL) relativamente estável, superando as ineficiências dos bancos tradicionais chineses.
• 2. Parcerias com Bancos e Instituições Tradicionais:
  • Explicação: Em vez de atuar apenas como concorrente, a QFIN colabora com dezenas de bancos e instituições financeiras. A plataforma atua como uma ponte, fornecendo a esses parceiros acesso a um grande volume de dados de risco e clientes que eles, sozinhos, não alcançariam. Esse modelo de parceria garante um modelo de negócio asset-light (pouco intensivo em capital), pois o risco de crédito é compartilhado ou assumido pelos bancos parceiros, e a QFIN foca na tecnologia.
• 3. Posicionamento no Mercado de Crédito ao Consumidor Chinês (Grande Mercado Endereçável):
  • Explicação: A China possui uma enorme população sub-bancarizada ou com baixo acesso a crédito formal, o que representa um vasto mercado inexplorado. A QFIN está bem posicionada para capitalizar essa demanda por crédito ao consumidor, oferecendo empréstimos de forma rápida e eficiente para um grande número de clientes.

3 Pontos Fracos da QFIN

• 1. Alto Risco e Incerteza Regulatória do Governo Chinês:
  • Explicação: Este é o maior risco para a QFIN e para qualquer fintech chinesa. O governo chinês tem implementado regulamentações rigorosas sobre o setor de tecnologia e fintechs (como limites de taxas de juros, regras de proteção de dados e licenciamento), que podem ser alteradas sem aviso. Essas mudanças podem limitar drasticamente as margens de lucro da empresa ou restringir o crescimento de suas operações.
• 2. Dependência da Condição Econômica e Risco de Inadimplência na China:
  • Explicação: O negócio da QFIN está diretamente ligado à saúde do consumidor chinês e à economia geral. Uma desaceleração econômica no país pode levar a um aumento acentuado nas taxas de inadimplência, forçando a empresa a aumentar suas provisões para perdas de crédito ou afetando a confiança dos bancos parceiros em usar sua plataforma, impactando negativamente a receita.
• 3. Volatilidade e Risco Geopolítico (Relações EUA-China):
  • Explicação: Como a empresa é negociada em bolsas de valores americanas (ADR), ela está sujeita a tensões geopolíticas entre os EUA e a China. Riscos de exclusão de bolsas (delisting) devido a regras de auditoria (embora esse risco tenha diminuído recentemente) ou a outras sanções regulatórias podem causar volatilidade extrema nas ações e afastar investidores ocidentais.

A QFIN é, portanto, uma ação para investidores com alta tolerância ao risco que acreditam na força do modelo tecnológico da empresa para navegar e se adaptar ao complexo e imprevisível ambiente regulatório e econômico da China.

BTCS – BTCS Inc

A BTCS, Inc. atua no ecossistema de moedas digitais e tecnologias blockchain. Ela administra um mercado online onde os consumidores podem comprar mercadorias usando moedas digitais como o bitcoin. Não tem ninguém bobo no mundo…

3 Pontos Fortes da BTCS

• 1. Foco em Staking (Geração de Renda Recorrente e Menos Volátil):
  • Explicação: A BTCS tem focado em se tornar uma provedora de staking para várias redes Proof-of-Stake (como Ethereum e outras altcoins). O staking é um modelo de negócio mais estável e previsível do que a mineração tradicional, pois gera receita de forma recorrente (taxas e recompensas) com base nos ativos que a empresa detém e valida. Isso oferece uma fonte de receita mais sustentável e menos dependente das flutuações diretas do preço das criptomoedas.
• 2. Diversificação de Ativos Cripto no Portfólio:
  • Explicação: A empresa não se limita apenas ao Bitcoin. Seu portfólio inclui diversas criptomoedas (como Ethereum e outras) nas quais ela realiza staking. Essa diversificação de ativos de infraestrutura ajuda a mitigar o risco de performance ruim de uma única moeda e permite que a empresa capture o crescimento em diferentes ecossistemas de blockchain.
• 3. Posição no Mercado Americano (Acesso a Capital e Regulamentação Mais Clara):
  • Explicação: Por ser uma empresa de capital aberto e listada nos EUA (Nasdaq), a BTCS se beneficia de uma estrutura regulatória mais clara e tem maior acesso a capital através de investidores institucionais, em comparação com projetos de blockchain puramente privados. A listagem também impõe requisitos de transparência e auditoria que aumentam a confiança dos investidores.

3 Pontos Fracos da BTCS

• 1. Alta Exposição à Volatilidade do Mercado Cripto:
  • Explicação: Apesar de o staking ser uma receita recorrente, o valor final dos ativos da BTCS e das suas recompensas de staking é totalmente dependente do preço volátil das criptomoedas. Grandes quedas no mercado cripto (Bear Markets) podem reduzir drasticamente o valor de seu balanço e o valor em dólar de suas receitas, impactando o preço das ações.
• 2. Risco de Concentração de Receita em Staking e Concorrência:
  • Explicação: A receita gerada pelo staking depende de dois fatores: a quantidade de criptomoedas que a empresa detém e a taxa de recompensa da rede (que pode mudar). A concorrência é acirrada, com grandes exchanges (como Coinbase, Binance) e fundos institucionais entrando no staking. A BTCS pode ter dificuldade em manter altas margens e taxas de recompensa competitivas.
• 3. Necessidade Contínua de Capital para Expansão (Diluição):
  • Explicação: Para aumentar a receita de staking, a empresa precisa adquirir mais criptomoedas e infraestrutura. Muitas vezes, empresas de tecnologia em crescimento financiam essa expansão através da emissão de novas ações, o que leva à diluição dos acionistas atuais (o percentual de participação de cada investidor diminui), pressionando o preço da ação.

A BTCS é uma ação que oferece uma forma de investir em infraestrutura de blockchain e nas receitas de staking. É um investimento com alto risco e alto potencial, sendo mais adequado para investidores que possuem uma convicção forte no crescimento de longo prazo do setor de criptomoedas e das redes Proof-of-Stake.

GPN – Global Payments, Inc

A Global Payments já apareceu algumas vezes aqui no blog. Trata se uma das maiores empresas globais de tecnologia de pagamentos. A GPN atua no processamento de transações, serviços de software e soluções de e-commerce e pagamentos em ponto de venda (POS).

3 Pontos Fortes da GPN

• 1. Forte Posição no Mercado de Software Integrado e Soluções B2B:
  • Explicação: A GPN tem se posicionado fortemente no mercado de pagamentos integrados (Integrated Payments), onde as soluções de pagamento estão embutidas no software de gestão do cliente (especialmente em pequenas e médias empresas). Isso cria um alto custo de troca para o cliente, gerando receita recorrente e relações de longo prazo, conferindo uma vantagem competitiva significativa sobre processadoras mais básicas.
• 2. Diversificação Geográfica e Exposição ao Crescimento Global:
  • Explicação: A empresa opera em mais de 100 países e está exposta ao crescimento do volume de transações em diversas economias ao redor do mundo. Essa diversificação geográfica mitiga o risco de desaceleração econômica em uma única região e posiciona a GPN para capturar o aumento global no uso de cartões e pagamentos digitais, especialmente em mercados emergentes.
• 3. Geração de Caixa Sólida e Resiliência do Modelo de Negócios:
  • Explicação: Como uma processadora de transações, a GPN se beneficia do crescimento do consumo, mas seu modelo de receita é amplamente baseado em taxas e volumes, e não no risco de crédito. Isso resulta em uma forte e previsível geração de fluxo de caixa operacional, permitindo à empresa financiar aquisições estratégicas, pagar dívidas e potencialmente devolver capital aos acionistas.

3 Pontos Fracos da GPN

• 1. Ambiente Altamente Competitivo com Concorrência de Grandes Tecnológicas:
  • Explicação: A GPN enfrenta intensa concorrência, não apenas de empresas de processamento tradicionais (como FIS e Fiserv), mas também de gigantes da tecnologia (Big Techs como Apple Pay, Google Pay e soluções de e-commerce como a Stripe). A necessidade de inovar rapidamente e manter margens de lucro elevadas pode ser desafiadora nesse ambiente de rápida evolução e disputa por mercado.
• 2. Crescimento Baseado em Aquisições e Risco de Integração:
  • Explicação: A estratégia de crescimento da GPN tem sido significativamente impulsionada por grandes fusões e aquisições (M&A). Embora isso possa ser positivo, a dependência de M&A aumenta o risco de integração, onde a empresa pode falhar em consolidar as operações, as culturas ou as tecnologias das empresas adquiridas, resultando em custos mais altos e ganhos de sinergia abaixo do esperado.
• 3. Pressão sobre Margens e Custos Regulatórios:
  • Explicação: O setor de pagamentos está sujeito a constantes pressões regulatórias (como o limite de tarifas de intercâmbio) e a pressões competitivas para reduzir as taxas de serviço. Além disso, a empresa precisa gastar pesadamente em cibersegurança e compliance para atender a regulamentações de diferentes países. Esses fatores criam uma pressão contínua sobre as margens operacionais se a empresa não conseguir aumentar o volume de transações ou agregar valor suficiente com seu software.

A GPN é uma ação para investidores que buscam exposição ao crescimento secular da digitalização dos pagamentos globais.

FPI – Farmland Partners Inc

opera como um Fundo de Investimento Imobiliário (REIT) focado na aquisição e gestão de terras agrícolas (fazendas) nos Estados Unidos.

3 Pontos Fortes da FPI

• 1. Ativo de Hedge contra a Inflação (Terrenos Agrícolas):
  • Explicação: Terras agrícolas são historicamente consideradas um excelente ativo real e uma proteção eficaz (hedge) contra a inflação. O valor da terra tende a se valorizar com a inflação e, mais importante, os arrendamentos (aluguéis pagos pelos agricultores) podem ser reajustados para acompanhar o aumento nos preços das commodities agrícolas, garantindo que o poder de compra dos retornos da FPI seja preservado.
• 2. Receita Estável e Resiliente (Necessidade Básica):
  • Explicação: A demanda por alimentos é perene e inelutável, o que confere ao setor agrícola uma grande resiliência econômica. As receitas da FPI provêm do arrendamento dessas terras para agricultores. Diferente de shopping centers ou escritórios, a terra agrícola mantém sua utilidade básica e geração de renda mesmo durante crises econômicas, oferecendo um fluxo de caixa estável.
• 3. Estrutura REIT e Dividendos com Benefício Fiscal:
  • Explicação: Como uma REIT, a FPI é obrigada a distribuir a maior parte de seu lucro tributável (geralmente 90% ou mais) aos acionistas na forma de dividendos. Isso atrai investidores focados em renda passiva. Além disso, parte desses dividendos pode ser classificada como “retorno de capital” (Return of Capital – ROC), o que pode oferecer vantagens fiscais (adiamento do imposto) para investidores nos EUA.

3 Pontos Fracos da FPI

• 1. Baixa Liquidez e Lento Crescimento por Valorização do Ativo:
  • Explicação: A valorização da terra é um processo lento e gradual, diferentemente do crescimento exponencial que pode ocorrer em ações de tecnologia. A capacidade de gerar grandes retornos depende, em grande parte, da aquisição de novas terras ou da venda lucrativa de ativos (desinvestimento). O crescimento do Lucro por Ação (EPS) tende a ser mais modesto em comparação com outros setores.
• 2. Exposição a Fatores Climáticos e Agrícolas Específicos:
  • Explicação: Embora a FPI não cultive diretamente, a saúde financeira dos seus inquilinos (os agricultores) está diretamente ligada a fatores climáticos (secas, inundações, geadas) e aos preços das commodities. Se os agricultores tiverem colheitas ruins ou os preços das commodities caírem drasticamente, isso pode dificultar o pagamento dos arrendamentos, aumentando o risco de inadimplência.
• 3. Risco de Taxas de Juros e Endividamento:
  • Explicação: Como uma REIT, a FPI utiliza capital emprestado para financiar a aquisição de novas terras. Em um ambiente de aumento das taxas de juros, o custo desse endividamento (funding) sobe. Juros altos podem comprimir a margem de lucro da empresa, tornar futuras aquisições menos vantajosas e, por consequência, limitar o crescimento dos dividendos.

A FPI é ideal para investidores que buscam estabilidade, proteção contra a inflação e dividendos regulares, mas que aceitam um ritmo de crescimento mais lento e cíclico, típico de ativos reais.

MTDR – Matador Resources Co

Nem só de piada vão viver os funcionários da empresa! A Matador Resource é uma empresa americana independente de petróleo e gás com foco principal na exploração e produção (E&P) na Bacia do Permiano (Permian Basin), uma das áreas produtoras de energia mais ricas dos Estados Unidos.

3 Pontos Fortes da MTDR

• 1. Forte Posição e Foco na Bacia do Permiano (Recursos de Alta Qualidade):
  • Explicação: A Matador possui vastas reservas e uma alta concentração de ativos na Bacia do Permiano (Novo México e Texas), que é a região de menor custo de produção de petróleo e gás nos EUA. Esse foco em uma área de alto potencial e qualidade superior de reservatórios permite à empresa manter margens de lucro elevadas e maior resiliência em cenários de preços baixos de commodities.
• 2. Integração Vertical com Ativos Midstream (Infraestrutura Própria):
  • Explicação: A empresa não se limita à extração; ela também possui e opera ativos midstream (transporte, processamento e gathering de petróleo e gás) através da sua subsidiária San Mateo Midstream. Essa integração vertical reduz a dependência de terceiros, confere maior controle sobre os custos e garante a capacidade de escoar a produção, resultando em receitas mais previsíveis e melhor eficiência operacional.
• 3. Histórico Consistente de Crescimento na Produção e Reservas:
  • Explicação: A Matador tem um histórico comprovado de crescimento orgânico das suas reservas de petróleo e gás e de aumento eficiente da sua produção, geralmente por meio de perfurações de alta qualidade e otimização de poços. Essa disciplina de crescimento focado na eficiência e na qualidade dos ativos é um diferencial que agrada investidores de crescimento no setor de energia.

3 Pontos Fracos da MTDR

• 1. Alta Exposição à Volatilidade dos Preços do Petróleo e Gás:
  • Explicação: Apesar dos custos de produção serem baixos, a receita e, consequentemente, o lucro da MTDR são diretamente impactados pela volatilidade dos preços globais do petróleo (WTI ou Brent). Quedas acentuadas e sustentadas nos preços podem forçar a empresa a reduzir seu plano de investimento (capex) e frear seu crescimento, afetando o sentimento do mercado e o preço da ação.
• 2. Risco de Execução e Investimento de Capital (Capex Elevado):
  • Explicação: Empresas de E&P dependem de investimentos contínuos e massivos em perfuração e fracking (Capex) para manter e aumentar a produção. Existe sempre o risco de execução associado a novos projetos, onde o custo de perfuração pode ser maior que o esperado ou a produtividade do poço pode ser menor que a projetada, o que pode consumir capital e não gerar o retorno esperado.
• 3. Risco Regulatório e Ambiental (Setor Fóssil):
  • Explicação: O setor de combustíveis fósseis enfrenta crescentes pressões regulatórias e ambientais, especialmente nos EUA, com a possibilidade de impostos sobre o carbono, restrições à perfuração ou regras mais rígidas sobre emissões de metano. Essas mudanças podem aumentar significativamente os custos de compliance (adequação às normas) e limitar futuras oportunidades de crescimento de exploração da empresa.

A MTDR é tipicamente uma ação para investidores que possuem uma visão positiva sobre o futuro de médio e longo prazo do petróleo e gás e que buscam uma empresa de E&P de alta qualidade e com foco geográfico em ativos premium.

SUZB3 – Suzano Papel

Essa eu deixei por último. Pois, uma vez ouvi de um amigo investidor da velha guarda que em toda eleição se imprime muito papel. Quanto mais o país cresce, maior o consumo de papel. Precisamos documentar coisas. E, portanto. Com 2026 batendo na porta. Vamos ter as eleições mais loucas da história!

IA, redes sociais, sites e portais de notícia. Vai virar uma loucura! Mas as pessoas vão usar bastante papel nessa época. Eu vou montar minha tese sobre as empresas de celulose. Mas antes vou tirar minhas merecidas férias e voltar com gás total.

3 Pontos Fortes da SUZB3

• 1. Liderança Global em Celulose e Vantagem Competitiva de Custo:
  • Explicação: A Suzano é líder mundial no segmento de celulose de fibra curta (eucalipto). O Brasil possui uma produtividade florestal muito superior à média global (ciclo de crescimento do eucalipto mais rápido, cerca de 6 a 7 anos, contra 15 anos na Europa). Essa eficiência florestal se traduz em um dos custos de produção mais baixos do mundo, dando à empresa uma grande vantagem competitiva, especialmente em momentos de baixa do preço da celulose.
• 2. Forte Geração de Fluxo de Caixa Livre (FCF) e Alavancagem Controlada:
  • Explicação: Mesmo em ciclos de preços mais fracos da celulose, a Suzano tem demonstrado uma notável capacidade de gerar fluxo de caixa livre (FCF), o que é um sinal de saúde operacional e disciplina financeira. Embora o endividamento seja alto (típico do setor), a empresa historicamente tem mantido o índice Dívida Líquida/EBITDA dentro de limites gerenciáveis (geralmente abaixo de 3,5x), o que confere tranquilidade aos acionistas.
• 3. Exposição Cambial Positiva (Receita em Dólar):
  • Explicação: A maior parte da receita da Suzano é gerada pela exportação de celulose, sendo, portanto, denominada em Dólar Americano (USD). Em momentos de Real desvalorizado (dólar alto), o lucro da empresa em moeda local é turbinado. Isso faz da Suzano um ativo que naturalmente funciona como uma proteção (hedge) contra a desvalorização da moeda brasileira.

3 Pontos Fracos da SUZB3

• 1. Risco de Ciclicidade e Preço de Commodity:
  • Explicação: O lucro da Suzano está intrinsecamente ligado ao preço da celulose no mercado global, que é uma commodity e opera em ciclos (altos e baixos). O preço da celulose é determinado pela oferta e demanda globais, e quando o ciclo entra em baixa, a receita da Suzano sofre forte pressão, resultando em resultados financeiros mais fracos.
• 2. Forte Exposição Cambial Negativa (Dívida em Dólar):
  • Explicação: Embora a receita seja em dólar (ponto forte), uma parcela significativa da dívida da Suzano também é denominada em dólar. Em cenários de Real desvalorizado (dólar alto), o custo da dívida em moeda brasileira aumenta, elevando o endividamento e os gastos financeiros, o que pode impactar negativamente o lucro líquido.
• 3. Risco de Desaceleração Econômica Global, Especialmente na China:
  • Explicação: A China é um dos maiores, senão o maior, consumidor de celulose do mundo. Uma desaceleração acentuada na economia chinesa ou uma redução na demanda global por produtos de papel e celulose pode exercer uma pressão significativa sobre os volumes de vendas e os preços, afetando diretamente a performance da empresa.

A Suzano é uma ação cíclica e de commodity, sendo mais atraente para investidores que possuem uma visão positiva sobre o futuro do preço da celulose no médio prazo e que buscam uma empresa com custos de produção extremamente competitivos para enfrentar os períodos de baixa.

Para todos que nos acompanharam nesses primeiros 12 meses malucos. Nosso muito obrigado! Vamos continuar melhorando para entregar o melhor que pudermos. Eu sei que há muitos leitores silenciosos. E nós temos o compromisso de gerar valor para vocês de alguma forma.

Até breve! Equipe Threedolar.

Referências

https://www.fundamentus.com.br

https://finviz.com

https://tradingeconomics.com